Prof. Dr. José Carlos Ziliani (Universidade Federal da Grande Dourados)
Concedido pelo Estado, em 1908, à Companhia de Viação São Paulo Mato Grosso(CVSPMT), o serviço de navegação fluvial no Rio Paraná e seus afluentes do lado sul do Estado de Mato Grosso, funcionou sob esta modalidade até o ano de 1943, quando o serviço foi encampado pelo Estado brasileiro, entendido naquele momento como estratégico para a nação, em decorrência dos problemas suscitados pela Segunda Guerra Mundial. A exploração da navegação em voga, sob a ótica do governo do Estado de São Paulo e dos novos agentes do capital alí instalados, passou a visar articulações daquela região à economia paulista em especial. Até o início do século XX os fluxos econômicos e culturais do sul do Estado de Mato Grosso estavam articulados com os mercados platinos. Desse modo, a navegação, junto com outras estratégias, como os prolongamentos das ferrovias paulistas em direção ao sul daquele estado, acabaram por promover os interesses paulistas. Destaca-se nesta comunicação, a navegação empreendida pela Companhia de Viação São Paulo Mato Grosso, na implantação de inúmeros portos nos rios Paraná, de Jupiá até Fóz do Iguassú; em seus afluentes do lado matogrossense, o Rio Pardo e o Rio Ivinhema, que passaram a funcionar como portos estratégicos para o comércio de produtos industriais paulistas bem como de outras origens. Do mesmo modo e na outra direção, como comércio de produtos da região como: erva mate; couros de animais silvestres; penas de aves; madeiras; resinas; além do serviço de travessia de gado para São Paulo.
